segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mapa do Metrô mostra 'obras' de linhas que não saíram do papel

Três trechos de ramais metroviários que não começaram a ser construídos são exibidos como se já estivem em implantação


A alguns meses das eleições para o governo do Estado, o Metrô de São Paulo atualizou o mapa da rede futura em seu site na internet. Disponível neste link, o novo gráfico, no entanto, mistura alhos com bugalhos, identificando como "linhas em implantação" ramais que ainda não começaram a sair do papel. Ficam, desse jeito, no mesmo bojo dos trechos que de fato já estão em obras.



Caso da extensão da Linha 2-Verde, a partir da Estação Vila Prudente. Promessa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que deve concorrer à reeleição em outubro, de levar o sistema metroviário a Guarulhos, a segunda maior cidade da Região Metropolitana, essa extensão só deve começar a ser construída no segundo semestre. O edital para as obras sequer foi lançado -- a expectativa da empresa é que o documento saia na quinta-feira, 10.

Outro projeto que ainda não deslanchou é o da Linha 18-Bronze, um monotrilho que conectará a capital paulista a municípios do Grande ABC, como São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo. A licitação do ramal foi postergada em cerca de duas semanas -- as propostas para a construção do ramal devem ser enviadas para a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos no próximo dia 16.

A Linha 17-Ouro, que também é um monotrilho, está em construção na zona sul da capital. Contudo, por enquanto, só o seu trecho central está em obras de verdade. As outras duas pontas não começaram a ser construídas. A mais atrasada é a parte leste, que conectará a linha à Estação Jabaquara. Ainda não existe um prazo oficial para o início das obras desse trecho. Na extremidade oposta, o governo informou no início do ano que já tem aportes para a construção de três estações: Panamby, Paraisópolis e Américo Maurano. As obras, porém, ainda não começaram.

Esses três trechos estão identificados no mapa divulgado no site do Metrô como "em implantação", assim como a Linha 15-Prata (monotrilho da zona leste) e o trecho central da Linha 17-Ouro, que está em obras desde 2012, assim como a fase dois da Linha 4-Amarela e a extensão leste da Linha 5-Lilás. Por enquanto, são essas as únicas linhas do Metrô que já têm obras físicas.

PPP. A Linha 6-Laranja, a primeira a ser totalmente construída e operada pela iniciativa privada, por meio de uma parceria público-privada (PPP), também figura como "em implantação", embora as demolições de imóveis para a sua construção, nas zonas norte, oeste e central da cidade de São Paulo ainda não tenham começado.

Em um ano em que São Paulo sedia em junho a abertura da Copa do Mundo de futebol, o que atrairá turistas estrangeiros para a cidade, o mapa, em sua versão em inglês, descreve todas essas linhas -- mesmo as que ainda não têm obras físicas -- como "under construction" (na tradução literal: "em construção").

Em nota, a assessoria de imprensa do Metrô informou que a ilustração do mapa "mostra claramente quais linhas estão efetivamente em operação (cores cheias) e quais estão em implantação (pontilhadas)". A empresa, porém, não informou por que os pontilhados mostram tanto trechos de linhas que já estão em obras quanto outros que ainda não começaram a ser construídos.

2 comentários:

Anônimo disse...

É um grande desafio para o governo de SP, diante de tantas demandas, tocar as obras do Metrô, a conservação e ampliação das rodovias paulistas, obras de saneamento, além da gigantesca rede de escolas e hospitais públicos, muitos dos quais referência nacional, sem contar as maiores e melhores universidades públicas do Brasil. Sem recursos federais como seria desejável, diante da relevância do estado de SP.

Anônimo disse...

É um grande desafio para o governo de SP, diante de tantas demandas, tocar as obras do Metrô, a conservação e ampliação das rodovias paulistas, obras de saneamento, além da gigantesca rede de escolas e hospitais públicos, muitos dos quais referência nacional, sem contar as maiores e melhores universidades públicas do Brasil. Sem recursos federais como seria desejável, diante da relevância do estado de SP.