Os metroviários de São Paulo decidiram nesta segunda-feira, dia 9 suspender até quarta-feira (11) a greve no Metrô de São Paulo. A decisão ocorreu após o movimento ser considerado abusivo pela Justiça do Trabalho e 42 funcionários serem demitidos pelo Governo do Estado. Foram cinco dias de paralisação, a mais longa na história do Metrô. Nesta terça, dia 10 a operação será normal.
Mesmo com a suspensão, a greve será reavaliada em assembleia na quarta-feira (11), véspera do jogo de abertura da Copa do Mundo na cidade de São Paulo. A assembleia foi marcada para 18h30. Os sindicalistas devem discutir se retomam a greve caso não consigam negociar o cancelamento das demissões.
Três propostas foram apresentadas na assembleia: a continuidade da paralisação, a suspensão até o dia 11 e o fim da greve. Defendida pelo presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo dos Prazeres, a primeira proposta teria uma mudança em relação à principal reivindicação do movimento: no lugar do pedido de reajuste maior, entraria a readmissão de 42 funcionários demitidos por justa causa. A proposta não obteve maioria de votos. Partidários do fim da greve decidiram apoiar a segunda proposta: de suspender até o dia 11 a greve. Dessa forma, os metroviários voltarão a trabalhar normalmente na terça e na quarta-feira.
A votação ocorreu após os sindicalistas sinalizarem que poderiam acatar a decisão da Justiça e aceitar o reajuste de 8,7%, conforme foi definido no dissídio pela Justiça do Trabalho. Entretanto, o grupo cobrava o cancelamento das demissões. Tanto o governador Geraldo Alckmin quanto o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, descartaram suspender as demissões. O secretário disse que 42 funcionários foram demitidos. “Infelizmente, esses foram os casos mais graves. Aqueles que vandalizaram, incitaram a população a pular a catraca, aqueles que usaram equipamento de som das estações e dos trens dando mensagens falsas, mensagens abusadas, esses foram os primeiros”, disse. Fernandes diz ter provas dos atos com filmagens, fotos e testemunhas. Segundo ele, essas 42 demissões já foram processadas e outros 13 casos ainda estão em análise.
Antes, no começo do dia, o governo havia informado que foram 60 demitidos. Fernandes não deu detalhes sobre quem são os demitidos e os casos em estudo. Apesar disso, o número de casos em estudo é igual ao total de funcionários detidos na madrugada por arrombar portas e cadeados da Estação Ana Rosa para impedir a retomada dos trabalhos.
O bloqueio na Estação Ana Rosa terminou, novamente, em confronto com a Polícia Militar. Desta vez, a Tropa de Choque atuou para desbloquear a Rua Vergueiro, ocupada por manifestantes no começo da manhã, que gerou caos no trânsito e medo na população que estava na rua. Os policiais usaram bombas de gás para liberar a via.
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