Um nova reunião de conciliação entre representantes do Metrô-SP e dirigentes dos sindicatos dos Metroviários e dos Engenheiros de São Paulo na tarde desta segunda-feira (2) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) terminou sem acordo.
Os metroviários ameaçam iniciar uma greve na próxima quinta-feira (5), a uma semana do início da Copa do Mundo, caso a companhia não melhore as propostas aos trabalhadores.
Segundo informações da assessoria do tribunal, metroviários e engenheiros querem aumento de 16,5% --7,98% de recomposição calculada pelo IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado) e 7,5% de aumento real. Na semana passada, as categorias exigiam aumento de 35,47%, mesmo percentual de aumento que uma comissão do Senado aprovou, no início do mês, para ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
O Metrô, no entanto, oferece 7,8% de reajuste para as duas categorias, mesmo percentual proposto em outras reuniões de conciliação. Outro ponto que emperra a negociação é o plano de carreira dos metroviários. As magistradas Ivani Contini Bramante e Patrícia Therezinha de Toledo conduziram a reunião de conciliação.
A greve dos metroviários foi aprovada em assembleia na última terça-feira (27). Bramante pediu ao secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, empenho para evitar a paralisação no Metrô.
Outra reunião entre as partes, também mediada pelo TRT, está marcada para quarta-feira (4), às 11h. Na mesma data, metroviários e engenheiros farão novas assembleias para definir se haverá greve.
Liberação de catracas
Caso as negociações não evoluam, os metroviários planejam outras ações além da paralisação, como a liberação das catracas aos usuários e a realização de atos de rua. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que não aceita a liberação das entradas como forma de protesto. Os metroviários pedem ainda aumento no valor do vale-refeição e vale-alimentação.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas usam diariamente o Metrô, que é o principal meio de transporte para o Itaquerão, estádio que abrirá o Mundial no dia 12. O Metrô tem quase 10 mil funcionários, dois terços deles envolvidos diretamente na operação.
Ameaça de greve para pressionar
Nos últimos anos, a praxe do Sindicato dos Metroviários tem sido aprovar greves com antecedência para forçar o Metrô a subir as propostas. Nos anos de 2010, 2011 e 2013, a categoria chegou a anunciar a paralisação, mas desistiu diante de propostas melhores.
A exceção ocorreu em 2012, quando os metroviários paralisaram por algumas horas, no período da manhã, o que revoltou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Naquele ano, a categoria fechou acordo de reajuste de 6,17% e encerrou a greve.
Desde 2011, o Sindicato dos Metroviários é comandando por dirigentes ligados ao PSTU e ao PSOL. O grupo que está no poder do sindicato derrotou uma chapa ligada ao PCdoB, que estava há anos na direção da entidade.
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