Crônica - Aventuras radicais

Crônica
Por Andréia Garcia

Sempre gostei de parque de diversões. Quando criança, todos os anos, meu pai nos levava para o saudoso Playcenter. Era a nossa tradição familiar de início de ano.

Ele e eu íamos nos brinquedos mais radicais da época e era sempre um choque de adrenalina que enchia meu espírito de criança aventureira.

No período de 1998 a 2002, trabalhei numa escola em Poá, onde sempre haviam excursões para grandes parques, e como professora tinha oportunidade de ir como monitora, de graça, voltando à infância e arrastando comigo os vários alunos com o mesmo desejo.

Depois que saí desse emprego, essas aventuras radicais ficaram adormecidas, até que voltei a trabalhar em São Paulo e reencontrei a emoção nos trilhos:

1) Lembram-se do Cinema 180 Graus? No trem tem. Solte as mãos do ferro, fique com as pernas abertas e espere-o sair. A brincadeira aqui é tentar-se manter em pé o maior tempo possível, logo no primeiro tranco. Se você passar por este primeiro desafio, avança para o nível dois e continua no equilíbrio durante o trajeto. O nível "hard" da brincadeira acontece no Potoque. Risco radical: cair em cima de alguém e começar uma briga generalizada.

2) Monga: você se sente a própria personagem, pois imagina estar preso em uma verdadeira jaula, sem possibilidade de fuga. Quando o trem chega à Estação Guaianazes e você vê o seu próximo trem já na plataforma para continuar viagem, se transforma e sai correndo, berrando, em cima de todo mundo para não perder o bendito.

3) Splash: você está sentado, dormindo, bem em baixa rotação quando de repente, um jato que lembra esse brinquedo cai sobre você. Bom, não vou entrar em detalhes no que isso significa porque já estou enjoada!

4) Sky Coaster: você está no limite da plataforma, já passou a linha amarela e o trem está chegando. Como bom portador de STC, a adrenalina está a mil porque é você que vai puxar a cordinha. Mas quando o trem para, você puxa a bendita e ela falha...bom, isso é o suficiente para sua próxima aventura ser ir ao dentista comprar uma dentadura.

Andréia Garcia é coordenadora de projetos em ERP e autora do blog www.aviajantedotrem.com.br.

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